Pesquisa comprova que o Betacaroteno melhora a fertilidade do rebanho

Como a alimentação correta garante o melhor desenvolvimento de equídeos

15/06/2017 | Autor: Cristina Simões Cortinhas, Médica Veterinária - Supervisora de Inovação e Ciência Aplicada Ruminantes dsm-firmenich

A pecuária leiteira mundial tem, há mais de três décadas, trabalhado na seleção do rebanho, com o objetivo de aumentar a produção de leite. Assim, ao longo dos anos, as vacas leiteiras passaram de uma produção média de 5.000 litros para de 9.000 a 10.000 litros de leite por lactação e, juntamente com este incremento na produtividade, houve, também, uma redução histórica na fertilidade. Uma das explicações para este fato é o aumento na demanda por nutrientes, que passaram a ser exportados em

maior quantidade no leite, concomitantemente com uma redução no consumo de alimentos, que ocorre durante o período de transição. O resultado disso é o balanço energético negativo e o aumento de estresse metabólico que está associado à baixa fertilidade.

O bom desempenho reprodutivo é um dos fatores que definem o sucesso na atividade leiteira, uma vez que naturalmente a produção de leite se inicia a partir do parto. Para exemplificar a amplitude destas perdas, podemos mencionar o intervalo de partos, que, quando passa de 12 para 18 meses, pode gerar perdas de produção de até 3,2 kg de leite por vaca/dia. Assim, pesquisas cujos objetivos são identificar fatores ligados à melhora no desempenho reprodutivo têm se intensificado. Recentemente, a dsm-firmenich realizou dois estudos para avaliar e explicar a associação entre o betacaroteno e o desempenho reprodutivo.

A suplementação com betacaroteno aumentou a concentração de betacaroteno no plasma em 333,9%, e no FF, em 280,8%. Aumentou a concentração de retinol em 55,3% no plasma e em 16,7% no FF. Além disso, a suplementação com betacaroteno aumentou a concentração plasmática da Glutationa Peroxidase (GSH), enzima antioxidante que atua no sistema de defesa endógeno pela detoxificação de peróxidos, tanto no balanço energético negativo, quanto no positivo. No ovário, a suplementação com betacaroteno aumentou (50%) o diâmetro folicular de vacas em Balanço Energético Positivo. No entanto, este efeito não foi observado no Balanço Energético Negativo.

Com estes resultados, conclui-se que a suplementação diária de betacaroteno aumenta substancialmente a disponibilidade de betacaroteno e retinol no microambiente oocítico, independente do balanço energético, o que influencia no desenvolvimento folicular, na qualidade do oócito e na fertilidade. Adicionalmente, o betacaroteno é uma ferramenta efetiva e deve ser utilizado para aumentar o desempenho reprodutivo e, consequentemente, reduzir o descarte de vacas, aumentando a produção de leite e o retorno econômico da atividade leiteira.

Referências

Madureira, A. M. L.; Guida, T. G.; Cerri, R. L. A.; Vasconcelos, J. L. M., 2016. Effect of Serum Concentration of Beta-Carotene at AI on Productive and Reproductive Parameters in Lactating Holstein Cows. In: ADSA-ASAS Joint Annual Meeting, Salt Lake City, UTAH. De Bie, J.;Langbeen, A; Verlaet,A. A. J.;Florizoone, F.; Immig, I;Hermans, N.;Fransen, E.; Bols, P. E. J.; Leroy, J. L. M. R., 2016. The effect of a negative energy balance status on -carotene availabilityin serum and follicular fluid of nonlactating dairy cows. Journal of Dairy Science, v. 99, p. 5808-5819.