24/02/2018 | Autor: Marcos Sampaio Baruselli - Zootecnista, Gerente de Categoria - Confinamento
O confinamento vem sendo cada vez mais adotado como um sistema intensivo de produção de bovinos de corte pelos produtores rurais brasileiros, basicamente por permitir aumentos expressivos da produtividade e dos lucros.
A antecipação da entrada de capital, a possibilidade de produzir mais arrobas em menor área e a produção de carne vermelha de melhor qualidade também são fatores que contribuem para o crescimento e a disseminação do sistema de confinamento entre os produtores rurais.
De acordo com o Anualpec 2015,o Brasil saiu de 2,5 milhões para mais de 4,5 milhões de bovinos confinados por ano no período de 2007 a 2015, com destaque para os estados de Goiás, São Paulo e Mato Grosso. Dados do Rabobank de 2016 preveem que o confinamento continuará a crescer no Brasil a uma taxa média de 8% ao ano, com possibilidade de atingir mais de 7 milhões de bovinos de corte confinados até 2020.
Diante do expressivo número de bois confinados no Brasil, somado à grande expectativa de crescimento desse sistema entre os produtores rurais nos próximos anos, este artigo busca esclarecer quais são as novas tendências do confinamento no Brasil, tanto em nutrição, como em gestão e manejo de bovinos de corte confinados.
Parte do artigo se fundamentou nas pesquisas do professor Danilo Millen, da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), campus de Dracena, SP, em 2015, que entrevistou mais de 40 consultores e nutricionistas de confinamento por todo o Brasil nos anos de 2007, 2009 e 2015, entre os quais me incluo na pesquisa realizada no último ano.
A seguir, as dez novas tendências do confinamento no Brasil:
Os níveis de energia na dieta, expressos em sua maior parte como NDT (Nutrientes Digestíveis Totais), são hoje maiores que há dez anos. O aumento do teor de energia se deve à maior participação dos alimentos concentrados na ração, como milho e farelo de soja. De acordo com as pesquisas de Millen, 2015, os teores de concentrado, que em 2009 foram de 71,2% da ração, atingiram, em 2015, a marca de 79,4%.
A participação de forragens e alimentos volumosos sobre o total da ração vem decrescendo na mesma proporção que aumenta a participação dos alimentos concentrados. Na fase inicial do confinamento, a porcentagem de forragem decresceu de 54% para 45% da dieta entre os anos de 2009 a 2015 (Millen), mostrando que o confinador utiliza cada vez mais alimentos concentrados em detrimento dos alimentos volumosos.
O teor de fibra decresceu e o de amido aumentou de forma expressiva nos confinamentos brasileiros, sendo o milho o principal grão utilizado na ração de bovinos confinados no ano de 2015. A porcentagem de forragem utilizada na fase final do confinamento diminuiu de 28,8% para 20,6% entre 2009 e 2015. Percebe-se, portanto, um maior teor de amido na ração final, possibilitando o uso de aditivos que favoreçam o aproveitamento do amido do milho, como o RumiStar™ (enzima alfa-amilase pura e exclusiva da dsm-firmenich, que atua na digestão do amido do milho, promovendo melhor eficiência alimentar, menor excreção de amido de milho nas fezes e maior ganho de peso).
O teor de Extrato Etéreo (EE) da dieta do boi confinado aumentou, assim como o nível máximo de EE utilizado por nutricionistas na ração do boi confinado. Nota-se, na Tabela 1, que está havendo um contínuo aumento dos teores de EE na ração, fato que está diretamente relacionado ao maior uso de grãos e menor de forragens. Em 2015, os nutricionistas trabalharam, em média, com 5,0% de EE na ração, chegando, em alguns casos, ao nível máximo de 6,6%.
O tempo destinado ao período de adaptação dos bovinos ao confinamento tem sido, em média, de 16 dias, podendo variar de 14 a 18 dias, dependendo da quantidade de concentrado utilizada na ração. Quanto maior o teor de concentrado na ração, maior a necessidade de realizar um manejo criterioso durante a fase de adaptação. Diversos protocolos nutricionais estão sendo adotados como forma de implantar um manejo criterioso dos animais ao confinamento, sendo o protocolo de escada o sistema mais em uso no Brasil. O manejo do cocho limpo é utilizado por mais de 50% dos confinadores brasileiros. É importante frisar que uma adaptação e um manejo eficientes significam menores distúrbios digestivos e maiores ganhos de peso diário por todo o período do confinamento, e não apenas durante a fase de adaptação. Aditivos como o CRINA® (blend de óleos essenciais da dsm-firmenich composto por Tymol, D-limonen, Vanilin e Eugenol, que substituem os antibióticos da ração com vantagens econômicas), possibilitam maior ingestão de matéria seca desde os primeiros dias do confinamento, com redução da taxa de refugo, melhor adaptação à nova dieta, aumento do ganho de peso e da eficiência alimentar.
A adoção de um eficiente controle zootécnico e econômico do sistema permite ao confinador conhecer melhor as margens de lucro, assim como tomar decisões mais precisas.
Protocolos nutricionais, como leitura de cocho, medição do consumo diário de ração, manejo do cocho limpo e adaptação em escada, são ferramentas de manejo cada vez mais em uso nos confinamentos do Brasil. O manejo da “bica corrida” está cada vez mais em desuso, por não permitir a mensuração do consumo de ração de cada lote, e vem sendo substituído por sistemas de manejo com maior grau de gerenciamento zootécnico e econômico.
Dados da pesquisa de Millen, 2015, demonstraram que o número de dias de cocho do bovino confinado no Brasil está aumentado. Em 2009, o bovino permanecia no confinamento por 83 dias em média; em 2011, o tempo de confinamento aumentou para 87 dias, e a última pesquisa, realizada em 2015, demonstrou que o tempo médio de confinamento foi de 96 dias.
Outra tendência evidente dos confinamentos brasileiros se refere ao abate de animais cada vez mais pesados. No ano de 2009, o peso de abate médio foi de 500 kg; já em 2011, aumentou para 507 kg e, em 2015, aumentou novamente, desta vez para 526 kg, conforme mostra a Tabela 2.
As novas tendências do confinamento têm possibilitado um aumento do Rendimento de Carcaça (RC), do acabamento de gordura e do Peso de Carcaça Quente (PCQ) de bovinos confinados, fatores indispensáveis para o aumento da receita do confinador. Também é uma tendência clara o aumento das arrobas produzidas, com consequente melhora da remuneração. Pesquisas realizadas na Esalq – USP, 2015, com o uso de CRINA® e RumiStar™ na dieta de bovinos confinados, contendo altos níveis de amido (milho = 82,5 %), promoveram ganho de peso de 1,820 kg por dia durante 93 dias de confinamento, e rendimentos de carcaça de 56,1 % de animais inteiros da raça Nelore.
O uso dos inovadores aditivos e ingredientes na ração,entre os quais se destacam o CRINA® e o RumiStar™, exclusivos da dsm-firmenich, além de suprir a demanda das novas exigências dos confinamentos do Brasil, permite maximizar as respostas zootécnicas e econômicas do confinamento. O uso do RumiStar™ é altamente recomendado, em especial para as dietas ricas em amido. O uso do CRINA®, aditivo que possibilita substituir com vantagens os antibióticos da ração, promove benefícios que se estendem não somente aos animais, mas também aos consumidores, que tendem a escolher carnes de animais que não receberam antibióticos e que provêm de sistemas de produção sustentáveis. Outros aditivos de destaque da dsm-firmenich são os Minerais Tortuga, as vitaminas A, D3 e E (conceito OVN® – Optimal Vitamin Nutrition), as leveduras vivas e a vitamina hidrossolúvel Biotina. Todos estes aditivos e ingredientes estão presentes na nova linha de produtos da dsm-firmenich,para confinamento Fosbovi Confinamento CRINA® RumiStar™,que tem proporcionado, no mínimo, uma arroba a mais ao confinador. Para mais informações sobre como utilizar em seu confinamento a inovadora e exclusiva linha de produtos da dsm-firmenich, que vem sendo chamada de “furacão de produtividade”, consulte o assistente técnico da dsm-firmenich da sua região.
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