05/09/2018 | Autor: Alex Arceli Ortelan, Gerente Técnico de Confinamento/Sudeste, e Marcelo da Rocha Brando, Assistente Técnico Comercial
Com o crescimento da população mundial e o aumento da renda dos trabalhadores, teremos maior demanda por proteína animal nos países emergentes durante a próxima década. A necessidade de aumento da escala de produção tem sido responsável por pesquisas que geram tecnologias capazes de incrementar a eficiência produtiva e econômica dos sistemas produtores de carne bovina, e junto a isso vem a busca cada vez maior por animais mais produtivos.
O rendimento de carcaça (RC%) é a relação entre o peso da carcaça e o peso vivo do animal. O peso vivo do animal é formado pela somatória do PESO DA CARCAÇA (carne, gordura e ossos) + PESO DE COMPONENTE NÃO CARCAÇA (couro, cabeça, patas, vísceras) + CONTEÚDO DO TRATO DIGESTIVO.
O rendimento de carcaça pode ser influenciado por alguns fatores como: sexo e raça do animal, potencial genético, histórico alimentar, sendo que animais que receberam uma suplementação proteica e/ou proteica energética tendem a apresentar um rendimento de carcaça maior quando comparado com um animal que recebeu apenas suplemento mineral. Outro fator que ajuda em um maior rendimento de carcaça é o nível nutricional da dieta fornecida aos animais.
O confinamento com uso de dietas de alto grão permite uma formulação com maior teor de energia e menor teor de fibra, resultando em um elevado desempenho e melhor acabamento de carcaça, e, consequentemente, um maior rendimento da mesma. Dietas com maior proporção de concentrados ocupam um volume menor do trato digestivo dos animais, diminuindo sua participação em seu peso vivo. Além desse fator, a maior proporção de concentrados faz com que a densidade energética e proteica da dieta aumente, e, dessa forma, há uma maior ingestão de energia, resultando em um maior crescimento muscular e deposição de gordura. Dietas com maior nível de energia (amido e extrato etéreo) tendem a apresentar um maior rendimento de carcaça quando comparadas com dietas com maior inclusão de volumoso.
Na fase final de acabamento dos animais ocorrem inúmeras mudanças na composição do ganho, principalmente na deposição de gordura, em que o tecido ósseo e muscular deixa de ser depositado e passa a ser colocado o tecido gorduroso. Quando se tem um ágio na aquisição da arroba desses animais, temos que explorar ao máximo a carcaça para abatê-los cada vez mais pesados. Outro ponto que se deve atentar é que quando um animal está em sua fase final de acabamento, existe uma maior deposição de gordura na carcaça e esse peso que está sendo colocado no animal vai refletir em um maior peso de carcaça, com um maior grau de acabamento.
Há uma grande relação entre o peso vivo final e o rendimento de carcaça (RC%), sendo que a tendência é que animais abatidos mais pesados tendem a apresentar um maior rendimento de carcaça.
No gráfico abaixo está demonstrado uma relação entre o número de dias confinados com o peso final e o rendimento de carcaça dos animais (RC%).
GRÁFICO: Peso vivo final e Rendimento de Carcaça (RC%) de acordo com os dias de confinamento. Fonte: Adaptado de Pazdiora (2011).
Como podemos notar no gráfico, o avanço dos dias de confinamento em que os animais são suplementados, além de incrementar um maior peso vivo final, ainda proporciona um acabamento de carcaça maior, valorizando e agregando mais a esse animal confinado. No entanto, temos que monitorar como está o desenvolvimento desses animais no decorrer do período de confinamento, sendo que uma das variáveis é o consumo dos mesmos para identificar o melhor ponto de abate.
Além do que já foi citado acima, temos também aditivos que podem ser acrescentados nas dietas. Esses aditivos têm por objetivo modular e aperfeiçoar os processos de fermentação ruminal, melhorando a utilização dos nutrientes que são fornecidos aos animais resultando em uma melhor eficiência alimentar.
O CRINA® e o RumiStar™ são aditivos de ponta que a dsm-firmenich disponibiliza para seus clientes. O CRINA® é um blend de óleos essenciais (produto natural) que modula a fermentação ruminal melhorando a digestibilidade dos alimentos. O RumiStar™ é uma alfa-amilase pura, enzima desenvolvida para atuar no ambiente ruminal proporcionando maior digestão e eficiência na utilização do amido, consequentemente maior liberação de energia no rúmen dos animais.
Estudos recentes na Escola Superior de Agronomia Luiz de Queiroz (ESALQ-USP) mostraram que a utilização dessas tecnologias (por 90 dias) aumentou o Ganho de Carcaça e consequentemente o rendimento de carcaça dos animais suplementados, conforme podemos visualizar na tabela abaixo:
Notamos que o produto CRINA® incrementou um peso de carcaça de 7,68 Kg a mais e o CRINA® RumiStar™ adicionou 12,18 Kg de carcaça a mais no período de confinamento quando comparado com o aditivo monensina, sendo que o peso em arrobas foi de 0,52 e 0,82 para os animais suplementados com o CRINA® e o CRINA® RumiStar™, respectivamente. Houve também uma relação positiva com o rendimento de carcaça, aumentando o mesmo com a utilização dessa nova geração de aditivos.
Além de tudo que abordamos anteriormente, o rendimento de carcaça depende de uma gestão no confinamento para aplicar as tecnologias e identificar o momento correto para o abate dos animais, otimizando com isso o maior lucro por animal confinado.
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