Como prevenir problemas locomotores e aumentar a longevidade reprodutiva em matrizes suínas usando a nutrição

Augusto Heck

Os problemas locomotores são ainda uma das maiores causas da redução da longevidade das matrizes no rebanho. Esse desafio obviamente recai sobre uma das categorias mais desafiadoras da reprodução de suínos: a leitoa de reposição. Também para as nulíparas os problemas de claudicação são extremamente relevantes e merecem estratégias especiais de trabalho. Além de medidas de manejo e sanidade, alguns pontos cruciais em nutrição podem ser trabalhados para aumentarmos a vida útil das fêmeas e a possibilidade de equilíbrio produtivo e financeiro dos sistemas de produção. Nesse texto compartilharemos algumas sugestões pertinentes de estratégias nutricionais.

Comece cedo e lembre-se que leitoas de corte e de reprodução não são iguais

A preparação das futuras leitoas a rigor deveria começar no nascimento pois o desenvolvimento músculo-esquelético ocorre durante toda a sua vida. Os programas de nutrição devem ser diferentes não apenas no momento da seleção ou ingresso das leitoas na granja. Lembre-se que animais para o abate tem exigência de micronutrição menor que animais futuros reprodutores. Isso representa um desafio logístico para os sistemas, mas se faz necessário.

Assegure um bom crescimento ósseo via minerais

Programas de nutrição que garantam bons níveis de Cálcio e Fósforo devem iniciar já na creche e ir até a pré-seleção. Cálcio e Fósforo devem ser fornecidos em níveis que otimizem o desenvolvimento ósseo. Esses requisitos são mais altos do que os para os animais de crescimento. A utilização de enzimas do tipo fitases nesse caso, além do benefício econômico relacionado ao uso mais eficiente da fonte de Fósforo inorgânico, traz ganhos potenciais na estrutura óssea das futuras reprodutoras, e, portanto, na sua longevidade.

Preste atenção, escolha e use uma Vitamina D adequada

A Vitamina D3 é essencial para o desenvolvimento dos ossos, além de regular a absorção do Cálcio e do Fósforo, os quais desempenham um papel crítico na calcificação óssea. Quando incluída em dietas, tem que passar primeiro no fígado, depois nos rins antes de tornar-se biodisponível. Isso reduz a eficácia da vitamina D3 na corrente sanguínea. Por outro lado, a 25-hidroxivitamina D3 permite que o primeiro desses estágios seja pulado. Isso gera uma absorção mais rápida e mais eficiente, aumentando os níveis de vitamina D e criando esqueletos mais fortes e animais mais saudáveis e mais produtivos.

Avalie constantemente pisos e demais componentes das instalações

Pisos muito lisos por falta de rugosidade ou excesso de umidade podem favorecer escorregões e devem na medida do possível ser evitados mediante manutenção e manejo. Grades com irregularidades nas fendas, buracos nos pisos compactos ou ferros de construção pontiagudos aparentes também são potenciais geradores de danos ao aparelho locomotor das matrizes. Periodicamente caminhe na granja para inspecionar e levantar a necessidade de fazer pequenos reparos.

Obedeça às recomendações da genética quanto ao momento da primeira cobertura

Inseminar leitoas muito antes ou depois do momento ideal definido pelas empresas de genética faz com que elas sejam descartadas precocemente. Em linhas gerais estamos falando entre 135 e 145 kg de peso e com dois a três cios sendo a idade cronológica não mais relevante. Vale lembrar que as leitoas muito pesadas tendem a ser futuras matrizes pesadas cujo custo de alimentação invariavelmente será maior sem necessariamente serem mais produtivas.

Faça a gestão do escore corporal da melhor forma possível e sempre

A avaliação da condição corporal é essencial para maximizar a longevidade das fêmeas no rebanho e deve ser feita para cada fêmea no desmame, 30, 60 e 90 dias de gestação, religiosamente. Após feita a avaliação devemos ajustar a quantidade de alimento de maneira a tentar obter idealmente 90% de matrizes na condição dita boa, 5% de magras e 5% de gordas. O caliper é um instrumento que reduz muito a subjetividade e pode ser usado em substituição à avaliação puramente visual. Lembre-se que fêmeas gordas ao ingressar na maternidade tem menos apetite, mobilizam mais suas reservas, saem mais magras do que deveriam, demandam mais ração para recuperar sua condição e tendem a apresentar desempenho reprodutivo subsequente ruim. Esse “efeito sanfona“ favorece as lesões chamadas úlceras de escápula que são fatores de risco para remoção precoce das fêmeas e até de mortalidade.

Como pudemos constatar existem várias medidas de nutrição ou manejo nutricional que são capazes de contribuir para a melhoria da longevidade reprodutiva de nossas matrizes. Muitas delas começam já na sua tenra idade e chegam a durar por toda a vida desses admiráveis animais. Cabe a nós entender cada uma delas e, mais que isso, implementá-las, para assim capturar os seus benefícios. A equipe da dsm-firmenich se coloca a disposição para auxiliá-lo nessa desafiadora tarefa. Conte conosco!

Published on

17 maio 2023

Tags

  • Swine

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