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A ótima função gastrointestinal é influenciada por muitos fatores, incluindo a microbiota gastrointestinal e a maneira pela qual interage com o hospedeiro. Na verdade, está comprovado que a microbiota gastrointestinal modula o desenvolvimento do trato gastrointestinal e melhora sua morfologia, estimulando o desenvolvimento do sistema imune gastrointestinal, promovendo a nutrição do hospedeiro e reduzindo os patógenos gastrointestinais. Por isso, a microbiota gastrointestinal tem um impacto significativo sobre o hospedeiro ou bem-estar animal (Figura 1).
A microbiota gastrointestinal é composta tanto por bactérias gram-positivas (G+) como gram-negativas (G-). A parede celular das bactérias G+, em particular, mas também das G-, são fonte significativa de peptidoglicanos (PGNs). Quando fragmentos destas paredes celulares se acumulam no trato gastrointestinal e se tornam “resíduos intestinais”, podem reduzir a função gastrointestinal. A digestão e absorção de nutrientes são particularmente propensos ao impacto adverso deste debris celular.
A incidência de enterite necrótica subclínica e de supercrescimento de certas bactérias no intestino delgado (disbacteriose) tem aumentado desde que os antibióticos promotores de crescimento foram banidos na União Europeia. Estes problemas ocorrem caracteristicamente em frangos de corte de 20-30 dias de idade e resultam em cama úmida, enterite inespecífica, baixo ganho de peso e redução da digestibilidade e da absorção de nutrientes.
Um aumento na carga bacteriana leva a um aumento na permeabilidade intestinal, translocação bacteriana e absorção de endotoxinas como amônia, D-lactato e PGNs bacterianos. Quando o supercrescimento bacteriano ocorre no intestino, os ácidos biliares são desconjugados pelas bactérias, resultando na má absorção de gordura e de vitaminas lipossolúveis. Um produto da desconjugação é o ácido litocólico, que é mal absorvido e age sobre a mucosa intestinal como uma toxina.
A morte das células bacterianas que ocorre naturalmente gera PGNs no trato gastrointestinal. Quando ocorre um aumento na carga microbiota gastrointestinal, o resultado é um aumento no debris de células bacterianas e, portanto, mais PGNs. Foi observado em um estudo in vitro que a proporção de bactérias intactas em relação ao debris de células bacterianas era de aproximadamente 1,2 para 1 depois de 24 horas, caindo para 0,45 para 1 depois de 96 horas. Isto demonstra que a lise espontânea de bactérias cultivadas ocorre ao longo do tempo. Em um estudo in vivo, a proporção entre células bacterianas intactas e debris celular era significativamente diferente na dependência da localização no trato gastrointestinal, sugerindo que as populações de bactérias mais velhas são encontradas em segmentos do trato onde a proporção entre bactérias intactas e debris celular é mais baixa.
Quando as bactérias e seu debris celular (PGNs) se acumulam na mucosa intestinal podem prejudicar a absorção por competir pelos nutrientes e por causar danos aos enterócitos, resultando em aumento da permeabilidade intestinal. O supercrescimento anaeróbico é mais comum durante o supercrescimento de bactérias intestinais. Coliformes, estafilococos, enterococos (predominantemente Clostridium e Bacteroides spp.) são as principais espécies de bactérias no suco jejunal de animais afetados por supercrescimento de bactérias intestinais. As bactérias anaeróbicas e o consequente acúmulo de seu debris celular rico em PGNs têm um potencial muito maior de danificar a borda intestinal em escova, causando má absorção. Além disso, os anaeróbios, especialmente Bacteroides, são a principal causa da desconjugação de sais biliares, resultando em má absorção de gorduras. Diversas condições de saúde intestinal que levam a má absorção estão muitas vezes associadas ao supercrescimento secundário de bactérias no intestino delgado.
A composição normal da flora bacteriana do trato gastrointestinal desempenha um papel fundamental na preservação de sua integridade e funcionamento normal no animal. por isso, qualquer alteração ou distúrbio em sua composição pode levar ao supercrescimento bacteriano. Isto, por sua vez, pode levar a uma profunda má absorção subsequente, na porção proximal do trato gastrointestinal.
No lúmen intestinal, os fragmentos de parede celular bacteriana contendo PGNs podem ser liberados por bactérias comensais. Uma variedade de mecanismos eficientes devota-se a fazer seu descarte, de forma a impedir que se tornem prejudiciais ao organismo. A função gastrointestinal pode sofrer interferência como consequência do desequilíbrio entre a produção e o descarte de debris celular. Por isso, uma exposição prolongada e aumentada aos PGNs no TGI pode dificultar a função gastrointestinal.
A motilidade gastrointestinal normal envolve uma série de eventos complexos, firmemente coordenados, projetados para movimentar o material através do trato gastrointestinal. O excesso de bactérias no intestino delgado reduz a motilidade gastrointestinal. A motilidade intestinal é crucial para impedir a colonização de bactérias no intestino delgado que remove e movimenta as bactérias e o debris celular associado para o intestino grosso.
Tem sido sugerido que os PGNs são absorvidos na mucosa intestinal por isso, a disposição de PGNs e outros debris celulares no momento oportuno pode contribuir para a manutenção da função gastrointestinal.
10 September 2018
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