Por: Dr. Manfred Eggersdorfer, Professor of Healthy Ageing at the University Medical Center Groningen
A associação da vitamina K com a saúde cardíaca está menos estabelecida do que a de outros nutrientes fundamentais, tais como gorduras ômega-3 e vitaminas C, D e e E. Contudo, um novo estudo demonstrou que a insuficiência de vitamina K é significativamente mais elevada em pessoas com doença cardiovascular, e também fortemente associada a um maior risco de mortalidade cardiovascular. Isso sublinha a importância de melhor conscientização dos benefícios da vitamina K em termos de cardioproteção, assim como de maior consumo via suplementos alimentares.
A DCV continua a ser uma das maiores ameaças à saúde humana em todo o mundo. Estima-se que 17,7 milhões de pessoas morrem atualmente de DCVs a cada ano, o que representa 31% das mortes em todo o mundo.2 Como resultado do envelhecimento da população e do aumento da prevalência de doenças relacionadas ao estilo de vida, tais como diabetes tipo 2 e hipertensão, estima-se que mais de 40% da população dos EUA terão alguma forma de DCV até 2030.3 É esperado que isso tenha um forte impacto sobre os indivíduos e também coloque muita pressão sobre os sistemas de saúde e a sociedade.
A vitamina K – devemos prestar mais atenção?
Pesquisas científicas abrangentes já revelaram os efeitos positivos de nutrientes-chave, tais como os ácidos graxos ômega-3 e as vitaminas C, D e E sobre a saúde cardíaca e o menor risco de DCV. A despeito do fato de que a vitamina K tem um papel importante no processo de coagulação do sangue, houve menor ênfase até esta data sobre os seus benefícios em termos de cardioproteção e poucos dados indicando a prevalência da insuficiência da vitamina K na população geral.
Um novo estudo, que incluiu 4.275 pessoas da coorte do estudo Prevenção da doença terminal renal e vascular (Prevention of Renal and Vascular End-Stage Disease, PREVEND), teve o objetivo de avaliar a prevalência da deficiência de vitamina K usando a proteína da matriz Gla desfosforilada não carboxilada (dp-ucMGP) plasmática como marcador. A proteína da matriz Gla (MGP) é um forte inibidor dependente da vitamina K da calcificação de tecidos moles, e elevados níveis plasmáticos de dp-ucMGP (concentrações acima de 500 pmol/L) são indicadoras de insuficiência de vitamina K.4 O relatório descobriu que 31% da população pesquisada tinha níveis plasmáticos de dp-ucMGP acima da concentração definida e foram, portanto, considerados portadores de insuficiência de vitamina K. Além disso, a prevalência de insuficiência de vitamina K foi significativamente mais elevada entre sujeitos idosos e naqueles com comorbidades, tais como hipertensão, diabetes tipo 2, doença renal crônica e doença cardiovascular (~50%). A prevalência aumentou novamente em sujeitos com diversas comorbidades. Esses achados indicam uma potencial correlação entre os níveis de vitamina k e a doença cardíaca .
Ademais, os autores avaliaram se a insuficiência de vitamina K estava associada à mortalidade cardiovascular. Após 10 anos de acompanhamento, 74 sujeitos (1,7%) tinham morrido devido a problemas cardiovasculares. Os resultados mostraram que os níveis plasmáticos de dp-ucMGP estavam significativamente associados à mortalidade por todas as causas e à mortalidade cardiovascular, o que sugere que a insuficiência de vitamina K está fortemente associada a mortes causadas por doença cardíaca.
Com base nos resultados do estudo, os autores também especificaram um ponto de corte para a dp-ucMGP para ajudar a identificar sujeitos sob risco de mortalidade cardiovascular. Os pontos de corte foram definidos como 414 pmol/L para o risco de mortalidade por todas as causas e 557 pmol/L para a mortalidade cardiovascular, com qualquer coisa acima desses níveis estando associada a aumento do risco de morte .
Esses resultados são encorajadores, mas pesquisas adicionais são necessárias em estudos intervencionais com humanos para demonstrar que o aumento da ingestão de vitamina K nos permite alcançar a ingestão diária recomendada, melhorando assim a saúde cardíaca.
Elevados níveis plasmáticos de dp-ucMGP podem refletir uma baixa ingestão de vitamina K na dieta e contribuir para a insuficiência de vitamina K. Atualmente, a ingestão recomendada de vitamina K é igual a 90 µg/dia para as mulheres e 120 µg/dia para os homens.5 Contudo, de maneira similar aos resultados observados no estudo acima, um relatório anterior mostrou que os níveis de vitamina K estavam mais baixos que o recomendado em 20% das mulheres e em 40% dos homens.6
Para reduzir o ônus previsível sobre o sistema de saúde como resultado da insuficiência de vitamina K, disponibilizar informações para a população geral é crucial. Com uma população envelhecendo rapidamente e uma prevalência crescente de doenças relacionadas ao estilo de vida e do risco de DCV, tais como diabetes tipo 2 e hipertensão, esses últimos achados reforçam a importância e os benefícios da suplementação alimentar com vitamina K.
15 janeiro 2018
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[1] I. Riphagen et al., ‘Prevalence and Effects of Functional Vitamin K Insufficiency: The PREVEND Study’, Nutrients, 2017
[2] World Health Organization: Cardiovascular diseases fact sheet, 2017, http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs317/en/, (accessed 18 December 2017)
[3] P. Heidereich et al., ‘Forecasting the futures of cardiovascular disease in the United States’, Circulation, 2011
[4] E. Cranenburg et al., ‘Characterisation and Potential Diagnostic Value of Circulating Matrix Gla Protein (MGP) Species. Thrombosis and Haemostasis, 2010
[5] Institute of Medicine (US) Panel on Micronutrients, ‘Dietary Reference Intakes for Vitamin A, Vitamin K, Arsenic, Boron, Chromium, Copper, Iodine, Iron, Manganese, Molybdenum, Nickel, Silicon, Vanadium, and Zinc’, National Academies Press: Washington, DC, USA, 2001
[6] S. Booth et al., ‘Vitamin K Intake and Bone Mineral Density in Women and Men’, The American Journal of Clinical Nutrition, 2003
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