A suplementação com ômega-3 pode ajudar a reduzir o efeito do fumo sobre o parto prematuro

A suplementação com ômega-3 pode reduzir o risco de parto prematuro

Resumo

A despeito de riscos bem conhecidos, um percentual das mulheres ainda fuma durante a gravidez 

  • Um novo estudo revelou que a suplementação com ômega-3 pode ajudar a contrabalançar os efeitos negativos do tabagismo, incluindo o parto prematuro espontâneo e o baixo peso no nascimento 

O fumo durante a gravidez é um fator de risco bem conhecido associado a diversos resultados adversos na gravidez, como o aumento do risco de parto prematuro espontâneo.1 A despeito desses e de outros riscos, 8% das gestantes dos EUA ainda fumam durante a gravidez.2 O fumo pode levar a peroxidação de ácidos graxos insaturados e aumento do estresse oxidativo. Ademais, mulheres que fumam apresentam níveis séricos mais baixos de ácidos graxos ômega-3.3 Um estudo recente4 descobriu que a suplementação com ômega-3 em fumantes durante a gravidez tem um efeito preventivo contra o parto prematuro espontâneo recorrente e o peso baixo ao nascer .

Pesquisadores da Universidade do Alabama, em Birmingham, inscreveram gestantes entre a 16ª e a 20ª semana de gravidez que tinham sofrido um parto prematuro espontâneo anteriormente (20-36 semanas). Todas as mulheres receberam caproato de alfa-hidroxiprogesterona semanalmente para a prevenção do parto prematuro recorrente espontâneo. As pacientes foram randomizadas de maneira a receber 2000 mg/dia de um suplemento com ácidos graxos ômega-3 (contendo 1.200 mg de ácido eicosapentaenoico (EPA) e 800 mg de ácido docosahexaenoico (DHA)) ou cápsulas de placebo . Elas receberam esse suplemento até a 36ª semana de gravidez ou até o parto. Nessa análise, as mulheres foram divididas ainda em fumantes e não fumantes. Foi determinado o status de fumante ou não de 852 pacientes. .

O estudo descobriu que 16% das participantes relataram que fumaram durante a gravidez. De modo significativo, nas fumantes, a suplementação com ômega-3 causou uma redução de 44% dos partos prematuros espontâneos (30% versus 53%). Contudo, não houve efeito nas não fumantes (34% no grupo do ômega-3 e 32% no grupo do placebo). As fumantes que receberam o suplemento com ácidos graxos ômega-3 apresentaram uma redução de 43% do número de bebês com baixo peso (28% versus 50%); mas, novamente, não houve nenhuma alteração significativa no número de bebês com baixo peso entre as não fumantes (21% no grupo com suplementos de ômega-3 versus 23% no grupo do placebo).  Assim, entre essa população de mulheres com histórico de parto prematuro, a suplementação com ômega-3 a 2.000 mg/dia a partir do início da gravidez e até a 36ª semana de gestação teve um efeito significativo de redução da recorrência de partos prematuros entre as fumantes, mas não entre as não fumantes. Além disso, a suplementação também reduziu o risco de parto de bebês com baixo peso entre as fumantes, mas não entre as não fumantes .

É importante notar que esse estudo foi uma análise de dados secundários do maior estudo norte-americano do efeito da suplementação com ácidos graxos ômega-3 sobre a prevenção do parto prematuro recorrente. No relatório original5 desse estudo, os autores concluíram que a suplementação com ácidos graxos ômega-3 não reduziu o risco de parto prematuro recorrente (risco relativo = 0,91). Mas nenhuma análise foi feita para separar os efeitos da suplementação em fumantes e não fumantes. Além disso, a população do estudo foi concomitantemente tratada com um medicamento (caproato de alfa-hidroxiprogesterona) para reduzir o risco de parto prematuro . Uma análise e metanálise sistemática recente descobriu uma redução de 58% do parto prematuro como resultado da suplementação com ômega-3 em mães na primeira gestação que não estavam sob nenhum outro tratamento para prevenir o parto prematuro.6 Os autores da presente análise4 propuseram que a melhoria nos resultados da gravidez em fumantes poderia se dever aos efeitos antioxidantes dos ácidos graxos ômega-3, que podem ter sido benéficos no combate ao estresse oxidativo associado às toxinas dos cigarros. Essa noção seria consistente com achados anteriores de terceiros, que relataram que a suplementação com vitamina C e vitamina E reduziu o risco de parto prematuro entre mulheres que fumaram durante a gravidez.7

 

 

Publicado

13 abril 2018

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Referências

[1] Simpson WJ. A preliminary report on cigarette smoking and the incidence of prematurity. American Journal of Obstetrics and Gynecology 1957: 73; 807-15.

[2] Curtin SC, Matthews TJ. Smoking prevalence and cessation before and during pregnancy: data from the birth certificate, 2014. National Vital Statistics Report 2016: 65; 1-14.

[3] Simon JA, Fong J, Bemert JT, Browner WS. Relation of smoking and alcohol consumption to serum fatty acids. American Journal of Epidemiology 1996: 144: 325-34.

[4] Kuper SG, Abramovici AR, Jack VC, Harper LM, Biggio JR, Tita AT. The effect of omega-3 supplementation on pregnancy outcomes by smoking status. American Journal of Obstetrics and Gynecology 2017; 217: 476 e1-6. 

[5] Harper M, Thorn E, Klebanoff MA, et al. Omega-3 fatty acid supplementation to prevent recurrent preterm birth: a randomized controlled trial. Obstetrics and Gynecology 2010; 115: 234-42.

[6] Kar S, Wong M, Rogozinska E, Thangaratinam S. Effects of omega-3 fatty acids in prevention of early preterm delivery: a systematic review and meta-analysis of randomized studies. European Journal of Obstetrics & Gynecology and Reproductive Biology. 2016; 198:40–6.

[7] Abramovici A, Gandley RE, Clifton RG et al. Prenatal vitamin C and E supplementation in smokers is associated with reduced placental abruption and preterm birth: a secondary analysis. BJOG 2015; 122:1740-7.

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